domingo, 1 de maio de 2011

Vazio


É no escuro do quarto
Que percebe sua luz se apagar
Seus olhos marejados de dor
Seu sorriso sem cor
Suas mãos trêmulas, repousadas
Em quadrados desumanos

Tenta expor o que sente
E sente?
Não mais a alegria
Brotando em seus lábios
De sabor adocicado
E cor de cereja

Vontade desmedida de gritar
Mas o aperto no seu peito
É ainda mais sufocante
Do que qualquer dor
Que houvera sentido
Em todos os momentos da sua vida

O suor brota de suas têmporas
Ao mesmo tempo em que um frio lancinante
Domina seu corpo
Seus olhos estranhamente ardem
Com tamanha presença
De um inferno pessoal

Sua mente percorre a linha tênue
Entre a sanidade
E a loucura
Sua alma repousa em lugar desconhecido
Infinito
Desolado

Déa Schocair