sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Amor que Nunca Tive


Sinto sua falta...
Lembro dos passeios no parque
Da sua mão pousada sobre a minha
Lembro-me das frases apaixonadas
Proferidas com simplicidade
Sinto falta dos beijos doces e suaves
Profundos...intensos...
Lembro de como você me olhava de forma terna
Do modo como tocava os meus cabelos
Lembro-me do dia em que a chuva nos pegou desprevenidos
E, mesmo encharcados, rimos da situação...
Lembro-me do quanto ríamos da nossa própria “desgraça”
Sinto falta do jeito que me chamava
Do apelido que só você sabia
Lembro de como tudo era tão simples
E tão perfeito
Sorrio ao lembrar do teu sorriso
Choro com suas tristezas
Emociono-me com suas conquistas
Absorvo os seus sentidos
Sinto falta de como ficava nervoso
Quando o trânsito estava parado
Lembro de cada traço do teu rosto
Sinto falta da tua carinha de levado
Quando queria algo de mim
E não tinha certeza se podia pedir...
Adorava isto!
Sinto saudade quando cantávamos
As mais diversas canções
De amor e dor de cotovelo
Lembro-me da nossa primeira discussão...
Nossa! Como fiquei arrasada!
Lembro-me de como era bom acordar ao teu lado
E ver sua carinha amassada de sono
Lembro-me do dia em que escalamos aquela montanha
Que eu tanto queria conhecer
E, de lá, vislumbramos a mais linda paisagem
E sorrimos dizendo juntos:
Uaaaauuuu!
Lembro das nossas histórias contadas com entusiasmo
Lembro-me exatamente do dia
Em que me disse pela primeira vez:
- “Eu te amo”...
Sinto saudade do nosso sexo
Perfeitamente encaixados
Sinto falta do teu cheiro
Do teu gosto
Do teu suor em meu corpo
Do teu afago
Lembro de cada traço do seu rosto
De cada sinal do teu corpo
Sinto falta de você:
O amor que nunca tive

Déa Schocair

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Saudade, despedida presente


É no momento da despedida
Que ficamos vulneráveis às lembranças...
Pensar no que foi
Imaginar o que poderia ter sido.
Viver cada fração de milésimos de segundo
Com tanta intensidade que até assusta!
É como se o vento dos instantes soprasse
Na direção contrária aos seus anseios.
É uma pressão tão grande e tão franca,
Que questiona todo e qualquer momento.
Que saudade de um tempo que fora tão constante...
Sente...não mente!
Saudade, despedida presente
Ausente de graça...
Que graça...
Sente a faca da memória dilacerando a consciência
Que indecência...
Pensar no pesar da inconstância perene
Saudade...habitat da loucura sã.

Déa Schocair

Natal


O Natal está aí. Tenho a sensação de uma onda de esperança me invadindo. Essa sensação, eu tenho desde pequena. É o que os meus pais chamavam de nascimento de Jesus. O sentimento de um mundo novo, melhor, mais fraterno e solidário desde antes da época de Cristo, se renovava a cada ano. Isso, eu pensava quando criança.

Hoje, ainda tenho esperança. Mas não apenas nesta época do ano. A minha esperança de dias melhores já faz parte da minha alma. Acredito que se fizermos a nossa parte, por menor que possa parecer, estaremos caminhando rumo à evolução do espírito. Somos parte de um todo. Esse todo precisa de nós e nós dele. Por que zombar de coisa tão sublime: ajudar a si mesmo a crescer e ao próximo a ter pelo menos ESTA esperança que falo?

Vejo as pessoas consumindo, correndo apressadas pelas "ruas" em busca de presentes para agradar aos seus familiares e nem olham para o lado percebendo que há um alguém necessitando de algo para comer, vestir...isso é triste e me dá um nó enorme na garganta. Quando vejo a mesa farta, penso por alguns instantes naquele que não tem o que comer, naquele que não tem um abraço fraterno de quem deveria amá-lo. Não sou santa, nem quero parecer piegas e dizer que nunca aconteceu comigo. Estaria sendo hipócrita e mentirosa. Mas a vida me fez querer crescer e vejo sim, desta forma...e gostaria sim, de poder mudar o mundo mas, infelizmente, não posso. Posso sim, ter necessidade de ser humana a cada dia, cada minuto que se passa, que se passou...querer deixar esse texto para reflexão do verdadeiro espírito (de Natal?!) DA VIDA!!

Não importa se os símbolos natalinos aparecem em forma de um bom velhinho gordo, de longa barba branca e roupa vermelha, de bonecos de neve, ..., se a TV só fala o quanto os shoppings lucraram com as vendas, e pisca-piscas em camelôs...aiiiiii!! Não importa!! Desligue a televisão, veja outra coisa, não compre desenfreadamente ou se preocupar se vai poder dar ou não presente para todos os familiares.

O que importa é o que cada um carrega dentro de si e o que pode fazer a partir do próximo passo, a cada hora, a cada instante, todos os dias da sua vida!

Déa Schocair