quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Desilusão


Pensava que podia retribuir todo o carinho e todo o amor que lhe dava. Apostou suas fichas e sua esperança naquilo em que acreditava. Achou, que por obra do destino, poderia finalmente encontrar a felicidade ao seu lado. Fez planos, traçou metas. Acreditava verdadeiramente que aquilo tudo era real.

Mas como nem sempre o que queremos é o que podemos ter, a sombra se tornou a sua melhor “amiga”. Percebeu que tudo não passava de mera ilusão; que o que tanto sonhava era apenas um sonho bom no qual o despertador da vida acabara por destruir. Seus sentidos teimavam em querer lhe oferecer migalhas de esperança. Sua mente ofuscava a dura realidade de que tudo isto também não passava de ilusão.

A vida mais uma vez lhe mostrava que nem sempre as pessoas falam o que sentem, nem sempre expressam a verdade, nem todos são iguais e muito menos retribuem na mesma proporção, sob o mesmo aspecto.

Diante de mais uma piada do destino, apercebeu-se de mãos atadas, sem chão e sem qualquer perspectiva de viver este sentimento tão intenso que achava ser recíproco. Mais uma vez a vida teimava em opor suas expectativas. Ela mostrava que nem tudo que parece ser realmente é. Fez-se a escuridão na sua alma. Tornou-se vítima da sua própria crença no outro.

O grande problema que teve, na verdade, foi apenas crer que, desta vez, daria certo. Mas se pergunta:

- O que faço de errado para atrair este tipo de situação?

Acreditava criar certos padrões de comportamento inconsciente pois, por mais que tentasse se desvencilhar de situações semelhantes adotando outra postura, incorria na mesma situação.

E mais uma vez se pergunta:

- O que fiz desta vez?

E mais uma vez não consegue ter outra resposta que não o fato de não se acreditar, de achar que não pode ser feliz. Achava que se amasse demais, mesmo sendo naturalmente, poderia ser amada. Ledo engano. O amor de uma única pessoa não é suficiente para dois. Ela percebe, então, que há que se amar em primeiro lugar para não amar demais, criar expectativas demais. E que, caso crie, não caia tão fundo na armadilha do “inimigo”.

Diante de tal percepção, tenta se refazer de todas as formas. Adota atitudes condizentes com sua real persona.
Porém, a dor permanece no seu peito. E, com isso, caminha a passos lentos para a estrada do esquecimento.

Déa Schocair

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